A crise gerada pela pandemia do coronavírus causou diversas situações e incertezas nunca antes enfrentadas pela população, especialmente a brasileira. Os impactos do Covid-19 afetam todas as áreas de atuação e desencadeiam uma série de desafios para o setor de saúde suplementar.
O cenário atual aponta a urgência de desenvolver um sistema de saúde melhor para o futuro, com capacidade de proteger a população diante de crises e preservar o equilíbrio da economia.
Pensando nisso, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) está fiscalizando e monitorando dados estatísticos, assistenciais e econômico-financeiros das operadoras de plano de saúde.
Os Boletins Covid-19 da ANS têm a intenção de contribuir com a tomada de decisões no enfrentamento da pandemia e avaliar a utilização e manutenção da rede assistencial, além de demonstrar a elevação de investimentos e a adequação das operadoras com os milhares de novos usuários devido à realidade atual.
Desafios do setor durante e pós-pandemia
Diante da emergência de saúde pública global, é inegável que conter a disseminação do coronavírus é uma prioridade para evitar o colapso do sistema de saúde suplementar. Por isso, é importante analisar quais são os principais efeitos da crise no setor, para que haja um preparo diante das implicações diretas e indiretas da crise.
Distanciamento e Isolamento Social
Mesmo que necessária para conter a propagação do vírus, a quarentena traz resultados muito negativos na indústria, no comércio e na saúde econômica global. Uma das consequências mais expressivas disso é o medo que se instaurou entre a população. Por causa disso, muitos pacientes deixam de comparecer a ambulatórios e fazer o controle regular das mais diversas doenças por medo de se expor ao vírus, o que causa um provável aumento de casos no cenário pós-pandemia.
Em razão da urgência para manter o distanciamento, o Conselho Federal de Medicina (CFM) recomendou ao Ministério da Saúde que fosse regulamentado o uso da telemedicina em caráter excepcional, de forma que haja um mecanismo para atender pacientes sem contato físico. A medida foi publicada na portaria 467/2020, e inclui as operadoras de saúde.
Operadoras de Saúde
Segundo o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), em 2020 mais de 83% dos planos de saúde médico-hospitalares eram empresariais, o que gera preocupação geral devido à crescente taxa de desemprego, que representa um número cada vez menor de beneficiários com planos empresariais.
Sumariamente, isso significa que o setor de Saúde Suplementar deve enfrentar um longo período com maior nível de inadimplência, além de grande número na receita e na redução de usuários. Também é previsto que haja um encolhimento na carteira de operadoras, que sofrem com o abalo da desocupação gerada pela pandemia do coronavírus.

Pronto Atendimento
As unidades de pronto atendimento estão sofrendo uma redução de movimento constante. Um dos fatores que influenciam essa queda é o direcionamento de pacientes com AVC ou infarto agudo aos hospitais. Por se tratarem de fases avançadas das condições, perde-se a oportunidade de intervenção precoce.
Em razão deste cenário, é possível observar um aumento de morbidade e mortalidade, principalmente em doenças crônicas, o que resulta na sobrecarga de todo o sistema de saúde e causa elevação de custos, letalidade e consequências sociais a longo prazo por todo o país.
Acúmulo de custos e procedimentos
As operadoras de saúde são desafiadas diariamente com a grande demanda para internação nos casos de Covid-19, que têm um valor médio de R$ 8.972,00 sem UTI e até R$ 45.558,00 para casos em que a UTI é necessária.
Além disso, o setor sofre com o atendimento assistencial de beneficiários, que muitas vezes deixam de procurar auxílio e têm o risco de somatizar condições que, com o contágio do coronavírus, podem ser fatais para o paciente. Assim, o sistema de Saúde Suplementar enfrenta despesas extraordinárias e a necessidade de novas estratégias para a manutenção do serviço médico-hospitalar.
Expectativas de melhoria para o futuro
Por conta de tantas mudanças e efeitos causados pela crise do coronavírus, todo o sistema de Saúde Suplementar está diante de um enorme desafio: manter o planejamento do setor e garantir o atendimento assistencial, mesmo com o constante recebimento de novas decisões liminares, requisições e determinações do setor regulatório.
Em meio a este cenário, a grande maioria das operadoras de saúde adotou diversos mecanismos para prestar o máximo de informações aos beneficiários em relação às mudanças de atendimento, além de orientar os procedimentos que precisam ser seguidos em caso de necessidade de atendimento emergencial relacionado ao Covid-19.
Para facilitar o acesso de informação aos beneficiários, os Planos de Saúde também orientam a todos em relação aos processos de consulta, exame, cirurgia eletiva e atendimentos emergenciais que não têm relação com o vírus. Em sua grande maioria, as comunicações são feitas nos websites das operadoras de saúde, que também disponibilizam serviço online de Teleorientação para atender a todos os usuários.
Com todos os fatores mencionados em pauta, ainda é difícil prever como será o cenário da Saúde Suplementar na pós-pandemia, mas é evidente a evolução das operadoras com a implantação de novas tecnologias e inovações nos procedimentos de rotina para obter melhores resultados.
Para o futuro, o setor carrega inúmeras lições da crise atual: a telemedicina como aliada sustentável para a redução de procedimentos desnecessários, economia com custos de operação da Saúde Suplementar e a evolução do formato de relações entre paciente, médico, hospital e operadora.
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